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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Carta aos meus filhos… (cronica)

(Juliana e Jayro)

Amo voces... e não poderia ser diferente, pois eu gosto de mim e voces são carne da minha carne, osso dos meus ossos e sangue do meu sangue. Em suma, voces sao uma extensão de mim, ou ainda, uma copia melhorada em todos os aspectos.
No dia em que cada um de voces nasceu, embora o mundo em volta, fora de mim, continuasse o seu curso com todos os seus acontecimentos, o mundo dentro de mim parava, pra observar um novo pedacinho de mim mesmo, nascendo, pra que os meus dias, minha voz, meus pensamentos, se tornassem mais dinamicos.
Eu já não estaria mais limitado ao meu proprio corpo, meu coração já  não bateria mais exclusivamente somente dentro do meu peito e pensei cá  comigo ...” mesmo depois que eu fechar a porta da existencia e tiver que ir embora desse velho e sofrido mundo, estou certo, de que um pouco de mim continuará por aqui fazendo a sequencia  da benção que Deus me deu quando me permitiu vir ao mundo, dando-me,  com isso, varias chances de mostrar a glo’ria d’Ele...”
 Lendo algo que recebi hoje a respeito do valor de um filho, resolvi registrar estes sentimentos a respeito dos meus.
Isso pode parecer bobagem pra alguns, como ja’ me disseram ser, mas, para mim e’ importante meditar sobre isso, pelo menos um instante, dados os acontecimentos que se seguiram ao maravilhoso evento do nascimento de cada um de voces.
Nao compus uma canção para celebrar a chegada, não escrevi uma poesia, mas me revesti de forcas que eu nunca tive para dar o melhor de mim a cada passo, e a cada dia dar a voces o que de melhor eu pudesse para que conhecessem dias melhores do que os que conheci na minha infância e adolescência. Pode
Bem,  conquistei com isso, o direito de dar a voces os nomes que tem, talvez voces escolhecem outro, mas nenhum dos que escolhessem seria mais bonito, soam maravilhosamente bem para mim, e não há outros aos quais eu atendesse mais rapido. Devo ter ganho tambem alguns olhares a mais de Deus pela responsabilidade assumida. Não sei se aconteceram mas, mesmo que não, quero imaginar que devo ter sido o personagem principal de muitos pensamentos, planos e de alguns sonhos acontecidos debaixo do cobertor. Eu não consigo medir isso mas, deve ter tido ocasiões em que o amor que sentiram por mim era mais do que o meu coração poderia suportar. Eu me sentia e me sinto logo abaixo de Deus...
Beijos, abraços, me lembro de muitos deles... sei que perdi muitos outros e só Deus sabe o quanto sinto.
O admirar pedras, formigas, borboletas e outras maravilhas da natureza, faz parte de mim, e todas as vezes que fizeram isso eu estava nisso... Ri, como bobo muitas vezes por coisas bobas que fizeram e me encantaram.
Fui testemunha do primeiro passo, da primeira palavra, da primeira “arte” , da primeira descoberta, da primeira vez atras do volante do carro, ufff... tiramos juntos as rodinhas da bicicleta, lavamos juntos os dedos sujos de tinta, brincamos de esconde-esconde, juntos ouvimos canções de criança, falamos do papai-noel (que era eu...), fomos ao parque e voltamos exaustos, enfim eu estava vivendo nessa extensão de mim, novas e lindas aventuras as quais eu não fazia idéia pudesse te-las em minha vida de adulto. Dias felizes...
Amargas circunstancias da vida fizeram com que isso se tornasse um pouco distante e de certa forma dificultaram muito essa sequencia de dias tornando-os nublados. Apesar dessas nuvens circunstanciais o amor continuou forte e veio juntar-se a ele um outro sentimento, o orgulho de ve-los crescendo em estatura e vencendo os desafios que se apresentaram ao longo do caminho. Por vezes eu nao estava la’ para testemunhar os fatos  em outras estava oculto por alguma razão, celebrando sozinho a vitoria da formatura ou da primeira apresentação musical.
Algumas lagrimas rolaram na minha face por conta de inumeras ocasiões em que sei que a minha mão não estava lá para segurarem quando precisaram dela, não ouvi o seu choro e não os consolei, não tiveram o meu ombro  por causa da distancia, quando andaram pela rua expostos ao perigo delas eu não estava ai sendo o seu guardião. Apesar de tudo isso, apesar de mim voces seguem vencendo a vida...
Procurei de todas as formas alcancar um nivel de compreensão para tudo isso e apesar de todo o conhecimento acumulado ao longo de todos esses anos não encontrei. Voltei então para aquele nosso velho amor dos primeiros dias,  quando vocês nasceram, e ai encontrei conforto e e’ nele que descanso agora. E’ nesse amor sentido, que tudo faz sentido apesar de todas e quaisquer circunstancias, porque, nele não ha’ limites... e’ isso mesmo!
Apesar de tudo, posso amar voces sem medida, sem limites.
Pode ser que algum dia eu escreva um poema ou uma canção a respeito, mas nada vai poder descrever esse sentimento eterno que se encontra aqui dentro do meu peito por voces. Vejo que posso voltar a ter dias felizes, talvez não como aqueles, mas dias muito bons outra vez.
Voltando a meditar nas chances que Deus, Ele mesmo, me deu de mostrar a Sua gloria, e venho aqui declarar ao mundo que falhei em quase todas e ainda falho, mas, em duas delas eu acertei, mostrando ‘a todos e ‘a mim mesmo que não pode haver gloria maior a ser mostrada do que a benção de ter voces .
Creio na vida eterna, dom de Deus, mas, voces me fizeram historicamente imortal por fazerem, comigo, o crescimento da arvore genealogica da qual sou parte e da qual estou muito orgulhoso, por ver que os ramos depois de mim estão melhores  e darão melhores frutos.
Amo voces e não poderia ser diferente ...


Orlando/2009

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